Paulo Werneck

1907 /1987

Paulo Werneck foi um homem de múltiplos talentos. Autodidata, o modernista brasileiro destacou-se por seus murais, aplicados em projetos de importantes arquitetos, como os irmãos Roberto, Affonso Eduardo Reidy e Oscar Niemeyer. Para este último, elaborou os murais da nave da Igreja São Francisco de Assis da Pampulha e o painel da casa de Juscelino Kubitscheck, em Belo Horizonte, em 1943.

Também são obras de Werneck os painéis do Estádio do Maracanã, do Ministério da Fazenda (Rio de Janeiro), do Senado e do Palácio do Itamaraty (Brasília) e da agência do Banco do Brasil no Recife Antigo (Recife). Ainda, são de sua autoria os sete murais para o terraço do Instituto de Resseguros do Brasil, entre outros 300 murais para residências, prédios públicos e comerciais.

Ainda em vida, criou as mesas Gaspar, Joaquim, Otto e Yolanda para presentear amigos e familiares, como mostra de seu trabalho como muralista.

‘Sempre que posso penso em temas nacionais. O índio, a nossa origem, a natureza.’

O artista fazia murais em diversas temáticas, altamente influenciado pelo cubismo e levando-o em seguida ao abstracionismo.

Esse material, inteiramente novo pra mim, não me decepcionou. Vencidas as primeiras dificuldades - que não foram pequenas - tive a alegria de ver todas as minhas intenções correspondidas. [...] Porque, é oportuno dizer, trabalhar em mosaico é mito duro.

PAULO WERNECK

A Igreja de São Francisco ou Igrejinha da Pampulha, como é conhecida pelos moradores de Beagá (apelido da capital mineira), é considerada a obra-prima de um conjunto monumental inaugurado na década de 1940 e listado recentemente pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade. O prédio, projetado por Oscar Niemeyer , reúne pinturas de Candido Portinari, mosaicos de Paulo Werneck, baixos relevos de Alfredo Ceschiatti em meio ao paisagismo de Roberto Burle Marx .