A comunicação visual da L'Atelier também foi algo muito marcante. Entre anos 60 e 70, Jorge usava e abusava da melhor maneira possível de formas e cores, tornando seus catálogos divertidos e atrativos. Cores vivas, principalmente o laranja, eram as cores do progresso, no seu ponto de vista.
Jorge Zalszupin
1922 /2020
Nascido na Polônia em 1922, aos 15 anos foi atraído irresistivelmente por um livro, através da vitrine de uma livraria. Ao abrir aquele livro com pequenas letras LC (Le Corbusier) impressas em dourado na capa de juta, ficou irremediavelmente seduzido pela arquitetura.
Estudou durante a guerra e, quando se formou, em 1945, desiludido com a destruição que viu em sua cidade, partiu em busca de outras terras. Depois da França, veio para o Brasil, onde encontrou condições para desenvolver sua arquitetura ímpar, poética, sensual e moderna.
Para que os clientes aceitassem suas ideias arrojadas, teve de construir primeiro sua própria casa. Daí, desenhar o mobiliário que se adequasse à sua arquitetura foi uma consequência natural. As madeiras disponíveis, a avidez pelo novo do pós-guerra e a onda desenvolvimentista no Brasil daquele período eram condições ideais para que suas criações fossem muito bem aceitas pelas cabeças mais abertas.
Mais adiante, aquele mobiliário de linhas puras, execução primorosa e materiais nobres, confortável e atemporal foi industrializado. Sua marca L’Atelier espalhou-se por quase todo o Brasil e seus showrooms eram referenciais de modernidade. Em Brasília, nos anos 60/70, não havia prédio público que não tivesse a sua marca. Na fábrica, uma estrutura de primeiro mundo mobilizava designers, arquitetos, engenheiros, artesãos e toda uma gama de profissionais que colaboravam desde a pesquisa de materiais até o produto final, acabado e comercializado.