Em 12 de abril de 1891, nasce o pintor, ilustrador, decorador e escultor suíço-brasileiro John Louis Graz, em Genebra.
No dia 21 de julho, nasce em Vilna (atual território da Lituânia), Lasar Segall, pintor e escultor modernista.
As primeiras exposições de arte moderna de nossa história foram montadas pelo russo LASAR SEGALL, expoente do Movimento Expressionista Alemão que, a partir de 1923 viria a viver definitivamente no Brasil.
No Brasil desde 1920, o multiartista suiço JOHN GRAZ trouxe na bagagem a influência das vanguardas europeias e logo foi acolhido pelo modernismo brasileiro, sendo um dos artistas a expor na Semana de Arte Moderna de 22.
Em fevereiro de 1922, acontece em São Paulo a Semana de Arte Moderna. O evento dá início à corrente Modernista no país, nas artes, arquitetura e design.
Um dos pioneiros da fotografia abstrata e do movimento concretista no Brasil, GERALDO DE BARROS se dedicou sistematicamente ao design industrial, pensando a atividade a partir dos pres- supostos concretistas que evocavam as relações entre arte e técnica, concreto e abstrato.
Com vasta produção de pintura e artes gráficas, JOHN GRAZ ganhou notoriedade pelos projetos de interiores, para os quais criava móveis, vitrais, tapeçaria e outros ítens, incorporando o conceito de artes aplicadas com referências da Bauhaus, do estilo Art Decó e do cubismo.
"Ucraniano formado em Roma, GREGORI WARCHAVCHIK foi precursor da arquitetura moderna no Brasil, escrevendo um manifesto contundente a respeito e lecionando na Escola Nacional de Belas Artes. Projetou para seu uso familiar aquela que foi considerada a primeira residência do novo estilo no país.
As novas formas de morar na modernidade foram o tema central da arquitetura preconizada por WARCHAVCHIK. A ambientação era parte indissociável do resultado, o que levou o arquiteto a desenhar o mobiliário de sua casa e de outros projetos."
"O português JOAQUIM TENREIRO foi o responsável por primeiro estabelecer um estilo verdadeiramente brasileiro para o móvel moderno. Filho e neto de marceneiros, iniciou seu percurso nas artes, integrando o Núcleo Bernardelli ao lado de nomes como Milton Dacosta e José Pancetti."
Artista multidisciplinar, LASAR SEGALL teve uma incursão pontual no design: desenhou uma série de móveis para sua residência, projetada por Gregori Warchavchik, pioneiro da arquitetura moderna entre nós. Hoje, a casa abriga o Museu Lasar Segall.
Empregado em uma grande marcenaria, JOAQUIM TENREIRO produzia “móveis de estilo” até ter a primeira oportunidade de apresentar os projetos autorais que mantinha na gaveta, prontamente aceitos. Não por acaso, o arquiteto da casa, na mineira Cataguazes, era Oscar Niemeyer. No ano seguinte, o designer abria sua primeira loja própria.
Introdutor da técnica do mosaico no Brasil, PAULO WERNECK foi autor de mais de uma centena de painéis e murais, sempre em diálogo com a arquitetura moderna. Produziu também peças de mobiliário como a mesa Gaspar, desenvolvida nas oficinas do amigo Joaquim Tenreiro.
"Um dos nomes mais produtivos da arquitetura moderna brasileira, OSWALDO BRATKE marcou sua trajetória com o projeto de duas cidades no coração da floresta amazônica, construídas nos anos 60. Em 1948, projetou a cadeira inspirado nas viagens de pesquisa à região e em seus estudos sobre habitação popular."
Sempre com uma postura crítica e conceitual, a arquiteta italiana LINA BO BARDI encontrou na São Paulo do pós-guerra terra fértil para seus experimentos modernistas. A partir de 1948, por curto período, manteve o Studio de Arte Palma, empreendimento no ramo mobiliário, em que, em parceria com Pietro Maria Bardi e Giancarlo Palanti, elevou especificidades da cultura brasileira ao primeiro plano.
"O arquiteto italiano GIUSEPPE SCAPINELLI deu uma contribuição ímpar às artes decorativas e ao mobiliário moderno brasileiros. Em sua vasta obra, não se ateve às referências de outros autores, mesclando elementos modernos com releituras de móveis clássicos, conceitos de aerodinamismo e a adição de outros meios de arte como pintura e cerâmica."
Maquetista dos maiores nomes da arquitetura moderna, o autodidata JOSÉ ZANINE CALDAS tornou-se ele mesmo um dos grandes arquitetos brasileiros. Antes disso, entretanto, dedicou-se ao design de móbiliário, fundando a Móveis Artísticos Z, pioneira na produção em escala industrial, com base na otimização de placas de compensado de madeira.
Rapidamente, a BRANCO & PRETO, situada na Rua Vieira de Carvalho, centro de São Paulo, virou ponto de encontro dos arquitetos moderninstas, e ali surgiram clássicos do estilo como a Poltrona MF5.
"A percepção, por um grupo de jovens arquitetos – Miguel Forte, Jacob Ruchti, Plínio Croce, Roberto Aflalo, Carlos Millan e Che Y Hawa –, de um mercado crescente e não atendido de arquitetura de interiores e mobília moderna em São Paulo motivou a fundação da loja BRANCO & PRETO."
Na Unilabor, que teve GERALDO DE BARROS como principal designer e um dos fundadores, fica patente o interesse por uma atuação no campo político-social, estabelecendo com os funcionários um modelo cooperativo e autogerido.
Além de tornar-se um empresário de sucesso no ramo, fundando fábricas de móveis e tapetes e lojas como a Margutta, inaugurada em 1956, GIUSEPPE SCAPINELLI foi importante divulgador do tema, especialmente na coluna que assinou na revista Casa e Jardim.
Nome ícone do design moderno brasileiro, SERGIO RODRIGUES se contrapôs à produção da época em busca de uma identidade nacional para seus móveis. Surgiram então exemplares improváveis, como a bruta Poltrona Mole, desenhada em 1957 e, após anos sem demanda, premiada em 1961 no Concorso Internazionale del Mobile, em Cantú, Itália, ganhando notoriedade e levando o gosto dominante da época à recapitulação.
À frente da L’Atelier, fundada por ele para atender à demanda de seus projetos de arquitetura, o polonês JORGE ZALSZUPIN tornou-se designer pela força do ofício, como tantos outros. Projetou verdadeiras joias de jacarandá como o Carrinho de Chá, do mesmo ano de inauguração da loja.
A construção de Brasília foi a consagração da arquitetura moderna brasileira e, em especial, de OSCAR NIEMEYER, reconhecido como um dos gênios globais desta atividade. Brasília representou também, pelas encomendas diretas para seus diversos prédios públicos e pelo poder difusor do imaginário modernista, um marco fundamental de fortalecimento da produção moderna de mobiliário no Brasil.
Considerado a obra-prima de LINA BO BARDI, no coração de São Paulo, o Masp expressa também algumas de suas contribuições para o design. A mais representativa são os cavaletes expositivos, que inovaram a forma de mostrar arte em um grande museu.
JORGE ZALSZUPIN trabalhou no limite dos materiais e introduziu novas tecnologias no mercado brasileiro.
Na década de 1970, foi pioneiro da concepção e produção de móveis e objetos de plástico como o Putzkit, pensados para atingir escala industrial.
Nos anos 1970, JOSÉ ZANINE CALDAS se mudou para Nova Viçosa, no litoral sul da Bahia, e retomou o trabalho de designer, criando móveis artesanais, em geral esculpidos a partir de toras de madeira descartada, em completa oposição à racionalidade dos Móveis Z.
Com sua Poltrona Alta, primeiro dos poucos móveis que desenhou, sempre em parceria com a filha Anna Maria, OSCAR NIEMEYER defende o alinhamento dos elementos que compõem um ambiente com sua linguagem arquitetônica. A poltrona foi lançada em Paris durante o exílio do arquiteto; hoje marca a paisagem em obras suas de Brasília como o Itamaraty e a Câmara dos Deputados.
Criação do Banco Marquesa, por Anna Maria e Oscar Niemeyer.
Isay Weinfeld, um dos nomes mais celebrados da arquitetura brasileira, dá início à sua prática arquitetônica, em paralelo à criação de filmes e de cenografia. O ponto de partida de cada obra é um conceito forte, instigado por referências diversas do denso estofo cultural do arquiteto paulista, e que será exteriorizado por cada pormenor do projeto.
Misto de marcenaria e loja, o Atelier Carlos Motta é aberto em um galpão na Vila Madalena, em São Paulo. O paralelismo entre criação e produção será fundamental para o designer. A facilidade de testar protótipos o influenciará positivamente na criação de um número surpreendente de modelos de cadeiras e poltronas, notórias por seu conforto.
A designer carioca Claudia Moreira Salles muda-se para São Paulo, onde trabalha inicialmente para a empresa de móveis de escritório Escriba. Passa a desenvolver projetos de mobiliário e de interiores por encomenda, e tem algumas de suas criações expostas na loja de Fulvio Nanni, por meio da qual conhecerá Etel Carmona.
Fulvio Nanni (1952-1995), designer italiano formado pela Politécnica de Milão, abre a Nanni Movelaria em São Paulo. Fulvio introduz as influências do design pós-moderno de Alessandro Mendini e Ettore Sottsass ao utilizar, entre outros recursos, cor e figuração. A observação aguda de mudanças no ambiente doméstico e de trabalho o faz, além disso, perseguir noções de flexibilidade e de mobilidade.
Etel Carmona transfere sua marcenaria, então um pequeno “laboratório pessoal” instalado em seu sítio no interior paulista, para um galpão em Valinhos, no qual passa a trabalhar com mais de 20 artesãos – muitos deles não deixarão mais a empresa, a exemplo do mestre Moacir Tozzo.
Lina Bo Bardi (1914-1992) idealiza a cadeira Frei Egídio para o Sesc Pompeia e, no ano seguinte, a cadeira Girafa para a Casa do Benin, em Salvador. As peças se tornam ícones da Marcenaria Baraúna, fundada no mesmo ano pelos co-criadores dos projetos, os arquitetos Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki.
Inauguração da primeira marcenaria ETEL.
Coleção ETEL
Sergio Rodrigues (1927-2014) recebe a encomenda de Adolpho Bloch para criar sua nova mesa e poltrona de trabalho. São peças carregadas de afeto, já que o empresário praticamente montou uma marcenaria para Sergio depois que o designer havia fechado sua empresa OCA, com o intuito de produzir todo o mobiliário da sede da Rede Manchete no Rio de Janeiro. Os desenhos robustos foram feitos ao gosto do exigente cliente e encontram-se reeditados pela ETEL.
A marcenaria de Etel Carmona produz o banco Dueto de Claudia Moreira Salles. Essa primeira dará frutos a muitos outros móveis de pequena tiragem e confecção impecável, que serão marcados pela preferência por formas puras, depuradas de excessos.
Marcelo Cipis participa da 21ª Bienal de Arte de São Paulo com a instalação Cipis Transworld – Art, Industry and Commerce, empresa fictícia que incorpora ideias progressistas do início do capitalismo. O mobiliário “anos 1930” do espaço utópico foi desenhado pelo designer Fulvio Nanni e produzido em madeiras nobres pela ETEL.
Um charmoso galpão em Pinheiros, em São Paulo, é escolhido por Etel Carmona para comercializar suas primeiras criações. Seu design será fruto da proximidade diária com o processo produtivo na marcenaria, que nela instigam a ousadia de soluções construtivas e o uso variado de espécies de árvores.
A ETEL realiza a primeira exposição do artista mineiro José Bento em São Paulo, ainda em seu endereço à Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, na Vila Madalena. São expostas as árvores que o artista esculpe em troncos inteiriços de madeira de demolição
O livro “Móvel Moderno no Brasil” é lançado nas primeiras instalações da ETEL, em Pinheiros. O trabalho acadêmico de Maria Cecilia Loschiavo foi pioneiro em apontar e criar narrativas sobre o mobiliário brasileiro dos anos 1920 a 60, tornando-se leitura obrigatória para os pesquisadores da área.
Escalas tão distintas como a de uma praça pública e a de um jogo de talheres convergem na prática do Studio Arthur Casas, fundado em São Paulo no alvorecer do novo milênio. O arquiteto une ao “desenho total” a sensibilidade brasileira, em projetos no Brasil, Estados Unidos, França, China, México e Japão. Desenhou móveis e objetos para indústrias como Poliform, MisuraEmme e Riva.
Em Xapuri, no Acre, terra do ambientalista Chico Mendes, Etel Carmona funda a empresa Aver, primeira floresta comunitária certificada do Brasil. O projeto socioambiental criou uma rede de artesãos que, sob a conduta da designer, confeccionam acessórios de decoração únicos.
ETEL passa a reeditar peças do arquiteto Gregori Warchavchik, que construiu a primeira casa modernista do Brasil.
ETEL passa a reeditar móveis do coletivo de arquitetos Branco & Preto, da década de 1950.
Isay Weinfeld desenha o bar Totó para a ETEL. A peça subverte a tipologia tradicional do utilitário ao criar um caixa-gaveteiro transportável. A criação é cenográfica e bem-humorada, e continua a linhagem de móveis para armazenar coisas Huguinho, Zezinho e Luizinho, que ele havia lançado dois anos antes. O aparador Zezinho vence, também em 2014, o prêmio Melhor Mobiliário de Design Contemporâneo na feira londrina Decorex.
Móveis de Dado Castello Branco entram para a Coleção ETEL. Neles, o arquiteto imprime o traço elegante das casas e escritórios que projeta para clientes fiéis, encantados pela personalização que sua linguagem de desenho permite, e pela busca incessante do bem-estar.
Lia Siqueira lança sua primeira coleção de mobiliário com a ETEL. Destaque para a Mesa Central Cobogó, Livreiro Volpi e Estante Beduína.
As peças do arquiteto polonês Jorge Zalszupin passam a ser reeditadas pela ETEL.
Aos 88 anos, depois de um lapso de quatro décadas sem criar móveis, Jorge Zalszupin desenha para a ETEL a poltrona Verônica, batizada em homenagem à sua filha. O conforto do banco de uma Mercedes Benz que pertenceu a Etel Carmona o inspiraram a criar o espaldar e assento que abraçam o corpo.
A estante de livros Beduína, de Lia Siqueira, é premiada internacionalmente com o IF Award e o Red Dot Design Award. A estante é exemplar dos experimentos da designer com as técnicas de marcenaria, principalmente por suas articulações que permitem configurações mutantes.
Primeiras peças de Arthur Casas para a Coleção ETEL. Curvas ousadas são um convite ao manuseio no aparador Ondas e na mesa de trabalho Asa; já nas mesinhas arquipélago, o arquiteto explora as formas amorfas ao trabalhar a imperfeição de curvas e linhas.
Dado Castello Branco cria uma coleção de móveis para jogos que manifestam sentimentos de acolhimento e nostalgia: o tabuleiro de gamão, a mesa de jogos DADO e a Mesa de Ping pong – essa última criada em 2014 em parceria com Etel Carmona. Combinada à fina confecção dos detalhes, é total a sintonia com a arquitetura do paulista.
Em 2011, a ETEL lançou a Cadeira Oswaldo Bratke. A peça, que até então não havia sido produzida em escala, ganhou nova versão em pau-marfim e foram produzidas 104 unidades para celebrar o mesmo número de anos que Bratke completaria naquele dia 24 de agosto
A admiração mútua e o alinhamento de princípios entre Etel Carmona e Carlos Motta culminam na transferência para a ETEL da produção e comercialização da Linha Atelier, caracterizada por sua marcenaria complexa. Idealizadas entre 1979 e 2005, as 13 cadeiras e poltronas são respostas a demandas ora afetivas, para amigos e familiares, ora específicas, para mobiliar as casas projetadas pelo arquiteto.
Marcelo Cipis apresenta na ETEL as obras Kaixollas, cabeças de tipos humanos pintadas sobre caixas de madeira concebidas por Etel Carmona. São 25 variações de faces sobre fundos coloridos, com elementos recorrentes na linguagem do artista paulistano, como figuras geométricas e composições surrealistas.
Como parte do projeto de recuperação da obra de Paulo Werneck (1907-1987), capitaneado pelos herdeiros do grande artista e introdutor da arte mural em mosaico, a ETEL cria uma coleção de móveis e acessórios adornados com mosaicos cerâmicos. Os desenhos foram tirados de croquis e de paineis originais, como o do palácio do Itamaraty de Niemeyer, e executados no ateliê do artista.
O artista Roberto Mícoli, um dos expoentes da exposição que lançou a “geração 80”, marcada pela renovação da arte pictórica no país, realiza pinturas sobre madeira para serem aplicados em biombos e aparadores desenhados por Etel Carmona. As composições são uma investigação sobre a cor, com planos cromáticos paralelos e perpendiculares que se cruzam e se sobrepõem.
A coleção Ibá assinala a estreia de Domingos Pascali e Sarkis Semerdjian no design de móveis. Os arquitetos, que fundaram seu estúdio em 2010, conheceram-se no escritório de Isay Weinfeld. Do aprendizado com ele, vem o apreço por elementos inusitados que dão um caráter teatral aos edifícios de linhas contemporâneas.
A galeria Luisa Strina convida Isay Weinfeld para criar uma instalação em seu espaço, em São Paulo. O arquiteto recorreu à ETEL para produzir as duas peças centrais à sua ideia: um berço e um caixão de confecção desafiadora, instalados respectivamente em um ambiente muito escuro e muito iluminado.
A ETEL reedita móveis icônicos de Oscar Niemeyer, que se dedicou à criação de mobiliário apenas nos anos 1970, durante seu exílio em Paris, em parceria com a filha Anna Maria. Escultural como sua arquitetura, o conjunto protagoniza a madeira compensada moldada em curvas ousadas, tal como no banco Marquesa e na cadeira de balanço Rio.
Em 2013, a ETEL comemorou 20 anos de sua primeira loja, localizada no bairro de Pinheiros, em São Paulo (SP). A marca reeditou uma peça icônica de cada um de seus designers que, ao longo dos anos, contribuíram com criações exclusivas para o crescimento da marca, como Claudia Moreira Salles, Jorge Zalszupin, Oscar Niemeyer, Carlos Motta, entre outros importantes nomes, na mesma data, Domingos Pascali e Sarkis Semerdjian passaram a integrar a coleção ETEL.
Exposição “De Sergio, para Adolpho”, na feira IDA, leva para o Rio de Janeiro edições limitadas, feitas em raras pranchas de madeira, da poltrona e mesa de trabalho que Sergio Rodrigues desenhou para Adolpho Bloch. A mostra foi acompanhada da publicação de um pequeno livro, e acabou sendo uma homenagem ao grande designer, que faleceu poucos dias antes da apresentação.
Irmãos, Susana Bastos e Marcelo Alvarenga criaram a ALVA Design combinando suas formações em arquitetura e artes plásticas, respectivamente. Nos aparadores e gaveteiros para a ETEL, a sobriedade do bloco de madeira é suavizada pelo couro colorido que pende de hastes invisíveis, formando redes que, além de esculturais, servem para apoiar objetos.
O centenário de Lina Bo Bardi (1914-1992) é celebrado com exposições, lançamentos de livros e cobertura da imprensa que deram nova e importante luz à obra de uma das principais arquitetas do século 20. Junto ao seu marido Pietro Maria Bardi, Lina desempenhou papel seminal na modernização não só da arquitetura mas da cultura e da estética brasileira.
É publicado o primeiro livro que compreende de maneira extensiva a trajetória de Jorge Zalszupin. Escrito pela filósofa e professora Maria Cecilia Loschiavo, a publicação transita por cinco décadas de trabalho, investigando aspectos menos conhecidos como a linha de utensílios de plástico injetável EVA. O livro da editora Olhares tem organização de Lissa Carmona, diretora da ETEL.
O Studio Arthur Casas projeta o pavilhão brasileiro da Expo Milano 2015, de grande repercussão. A estrutura em gradis de aço corten, visualmente leve e convidativa, remetia a um pergolado sob o qual pairava uma rede onde se podia caminhar, deitar, descansar. A praça pública flutuante foi uma cocriação com o Atelier Marko Brajovic.
A luminária Ani vence o prêmio alemão IF Gold. Formada por peças soltas, ela convida à interação e permite cinco diferentes posições. O desenho assinala uma crescente intenção da dupla: introduzir nas linhas retas e intuitivas da estética contemporânea caminhos para o lúdico.
Após tentativas frustadas de produção industrial de mobiliário, Lina Bo Bardi desenharia apenas móveis para os seus projetos de arquitetura, entre eles o MASP e a Casa de Vidro. A ETEL traz para seu catálogo a cadeira dobrável do auditório da primeira sede do museu, à Rua 7 de Abril, e a cadeira de balanço, a poltrona Bolas de Latão e a poltrona Três Pés Metal, essas da residência da arquiteta no Morumbi.
Cinco novos projetos saem das pranchetas de Lia Siqueira para a marcenaria da ETEL. Entre elas, peças de técnica exigente como a mesa Coração de Madeira e a poltrona Infinito. Já na mesa Instituto, uma parceria criativa rara: Lia enviou o croqui ao amigo Sergio Rodrigues, que lhe voltou com um redesenho. A base da mesa se faz da junção de dois pés em formato de ‘L’.
A exposição individual no stand da ETEL na feira SP-Arte/Design reúne criações representativas de novos direcionamentos do trabalho de Claudia Moreira Salles: o uso de materiais contrastantes com a madeira, como o limestone e o concreto de alta performance, e o desenho de objetos.
Tal qual John Graz e Flávio de Carvalho, Lasar Segall foi eminentemente um artista plástico da vanguarda moderna no Brasil, mas que, em seu esforço de modernizar a estética do país como um todo, também desenhou móveis. Criado em edições únicas para sua residência em São Paulo, hoje sede do Museu Lasar Segall, cadeira, mesa, revisteiro e conversadeira modular, que remetem à primeira fase da Escola Bauhaus em Weimer, adentram a coleção ETEL.
Reedições de Jayme Fonseca Rodrigues
Um concurso internacional elege Isay Weinfeld para a honrosa tarefa de redesenhar o icônico restaurante do Four Seasons de Nova York, projeto original de Philip Johnson. O hotel, que sai do Seagram Building e passa a ocupar um edifício na 280 Park Avenue, terá mobiliário de edição limitada da ETEL, desenhado com exclusividade pelo arquiteto.
O Studio de Arte Palma e a fábrica Pau Brasil foram abertos por Lina Bo Bardi, Pietro Maria Bardi e Giancarlo Palanti em 1948, com o intuito de fabricar móveis em larga escala. Apesar dos curtos três anos de duração, restaram desse experimento vários desenhos e projetos, em que se destacam o uso conciso de matéria-primas como o compensado de madeira e o vergalhão de ferro. Em 2017, a ETEL recoloca em produção carrinho de chá, mancebo, revisteiro, poltrona e mesa tríplice.
Etel Carmona e o artista Carlos Vergara criam juntos Relicários, série de móveis apresentados durante a feira SP-Arte/Design. Biombos e mesas tem frestas, aberturas e compartimentos, às vezes secretos, que guardam as relíquias de Vergara, que se autodefine um artista-viajante, recolhidas e criadas em suas peregrinações pelo mundo. São monotipias, registros fotográficos e objetos-lembrança a serem descobertos pelos usuários das peças.